terça-feira, 11 de agosto de 2009
domingo, 9 de agosto de 2009
PSICOGRAFIA
Psicografia
Fernando Pessoa
O Poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
esse comboio de corda
que se chama o coração.
CONTRADIZENDO PESSOA
=====================
CANTANDO SOU FELIZ
Seu "Pessoa", essa minha dor
que me dói completamente
é por culpa de um amor
que acabou tão de repente.
Me deixou desnorteado
contaminando meus versos
por me sentir isolado
em meus caminhos dispersos.
Mas se eu sou um fingidor
como apregoa o senhor
- em seu poema assim diz -
vou seguir cantarolando
e escondendo esse meu pranto,
pois cantando sou feliz!
MARINHO GIL - 26/06/2009
DOR FINGIDA
Do que um dia julguei ser um amor infindo
só restou-me um doce abraço apertado
e a estranha dor de me sentir culpado
por ter deixado morrer um amor tão lindo.
Pode até parecer paradoxal
que os meus versos ditem suposta alegria
revelando em minha humilde poesia
o enlace torpe entre o bem e o mal.
Mas se a dor seguir meus caminhos dispersos
ousando ditar o rumo dos meus versos
querendo contradizer a dor que minto,
meu caminho seguirei serenamente
fingindo ser alegria prepotente
esta dor de amor que somente eu sinto!
MARINHO GIL
10/07/2009
FINGIMENTO
Vou contradizer "Pessoa" eternamente
que na sua teoria sobre a dor
diz que o poeta finge completamente
sua imensa e insuportável dor de amor.
Se o poeta finge esta dor realmente
como quer nosso "Fernando" pressupor,
então ouso te afirmar solenemente:
não consigo definir mais o que é dor.
No entanto eu te afirmo ser verdadeira
a dor que invade minh'alma hospitaleira
querendo nela habitar pr'a eternidade.
Por conta desta minha dor - triste lamento,
não aceito que digam ser fingimento
esta minha dor vinda da tua saudade!
MARINHO GIL
28/07/2009
PESSOANDO
Vou continuar pessoando
com a minha poesia
- teimoso - contrariando
esta antiga teoria.
Fingimento, vez em quando
sei que pode acontecer.
Na teoria do Fernando
fingido o poeta há de ser.
Como exemplo cito o caso
de nós dois, tal o descaso
com que me tratas, amor.
Se não te vejo, imploro,
quando te encontro, eu choro...
É fingimento minha dor?
MARINHO GIL
29/07/2009
DOR FINGIDA II
E agora, "Seu Pessoa", o que me diz
ao notar que minha alma esvai-se em pranto
por saber que a mulher que amo tanto
jamais poderá comigo ser feliz?
E agora, "Seu Fernando", o que eu faço
com esta terrível dor que me corrói
e que deixa o meu soneto em descompasso
ao contrariar a ti pois muito dói?
Não responda, "Seu Pessoa" - eu resolvi
assumir a dor de amor que eu vivi
e mostrar ao mundo todo o meu pavor!
Porque se a saudade sangra no meu peito
eu me sinto - creio - em pleno direito
de não ser jamais um grande fingidor.
MARINHO GIL - 08/08/2009
Fernando Pessoa
O Poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
esse comboio de corda
que se chama o coração.
CONTRADIZENDO PESSOA
=====================
CANTANDO SOU FELIZ
Seu "Pessoa", essa minha dor
que me dói completamente
é por culpa de um amor
que acabou tão de repente.
Me deixou desnorteado
contaminando meus versos
por me sentir isolado
em meus caminhos dispersos.
Mas se eu sou um fingidor
como apregoa o senhor
- em seu poema assim diz -
vou seguir cantarolando
e escondendo esse meu pranto,
pois cantando sou feliz!
MARINHO GIL - 26/06/2009
DOR FINGIDA
Do que um dia julguei ser um amor infindo
só restou-me um doce abraço apertado
e a estranha dor de me sentir culpado
por ter deixado morrer um amor tão lindo.
Pode até parecer paradoxal
que os meus versos ditem suposta alegria
revelando em minha humilde poesia
o enlace torpe entre o bem e o mal.
Mas se a dor seguir meus caminhos dispersos
ousando ditar o rumo dos meus versos
querendo contradizer a dor que minto,
meu caminho seguirei serenamente
fingindo ser alegria prepotente
esta dor de amor que somente eu sinto!
MARINHO GIL
10/07/2009
FINGIMENTO
Vou contradizer "Pessoa" eternamente
que na sua teoria sobre a dor
diz que o poeta finge completamente
sua imensa e insuportável dor de amor.
Se o poeta finge esta dor realmente
como quer nosso "Fernando" pressupor,
então ouso te afirmar solenemente:
não consigo definir mais o que é dor.
No entanto eu te afirmo ser verdadeira
a dor que invade minh'alma hospitaleira
querendo nela habitar pr'a eternidade.
Por conta desta minha dor - triste lamento,
não aceito que digam ser fingimento
esta minha dor vinda da tua saudade!
MARINHO GIL
28/07/2009
PESSOANDO
Vou continuar pessoando
com a minha poesia
- teimoso - contrariando
esta antiga teoria.
Fingimento, vez em quando
sei que pode acontecer.
Na teoria do Fernando
fingido o poeta há de ser.
Como exemplo cito o caso
de nós dois, tal o descaso
com que me tratas, amor.
Se não te vejo, imploro,
quando te encontro, eu choro...
É fingimento minha dor?
MARINHO GIL
29/07/2009
DOR FINGIDA II
E agora, "Seu Pessoa", o que me diz
ao notar que minha alma esvai-se em pranto
por saber que a mulher que amo tanto
jamais poderá comigo ser feliz?
E agora, "Seu Fernando", o que eu faço
com esta terrível dor que me corrói
e que deixa o meu soneto em descompasso
ao contrariar a ti pois muito dói?
Não responda, "Seu Pessoa" - eu resolvi
assumir a dor de amor que eu vivi
e mostrar ao mundo todo o meu pavor!
Porque se a saudade sangra no meu peito
eu me sinto - creio - em pleno direito
de não ser jamais um grande fingidor.
MARINHO GIL - 08/08/2009
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